Nesta altura do ano, as vacas cá da Quinta, todas Barrosãs puras, esta magnífica raça tipicamente portuguesa, estão a parir a um ritmo louco. Tudo por causa deste senhor aqui:
Já ajudei vários animais a chegar ao mundo, tais como cabras, ovelhas, porcos, vacas e até patos, galinhas, faisões, perdizes, a maior parte na altura em que fui encarregado geral do Parque de Serralves, entre 1997 e 2003. Mas sempre que surge oportunidade para ajudar nestes momentos, faço-o com enorme prazer, e muitos destes episódios, marcam-nos para sempre.
Foi o caso deste, que começou com um telefonema de alguém lá na Quinta, enquanto eu e o Jorge Sá almoçávamos, avisando que esta vaca estava em trabalho de parto e com dificuldades, até porque era a primeira vez que ia parir. Mal chegamos do almoço, encontrámos a vaca já deitada, a puxar, e o pequeno rebento com as patas de fora. Duas ou três puxadelas gentis, algumas palavras de conforto e foi o suficiente para o pôr cá fora, sem mais. Pena nestes momentos não ter uma máquina fotográfica à mão... Tenho que mudar de telemóvel, para um destes mais sofisticados!!!
Um dia depois, já muito bem lambido, eis que o rebento já circula como se estivesse em sua casa!!!
Este género de plantas ocupa um lugar muito especial na minha "catedral" de emoções botânicas: Há vários anos atrás, a minha paixão foi tão grande e assolapada, que me tornei membro de várias associações internacionais, como a Australian Carnivorous Plant Society, The Carnivorous Plant Society e a International Carnivorous Plant Society, (ainda tenho os cartões de sócio!!!) tudo para aprender mais sobre estes fascinantes e normalmente raros seres vivos. A preparação do programa desta semana foi por isso vibrante, como o reencontro de um velho mas doce romance.
Sim existem, tem estranhos feitios, são muito bonitas e dedicam-se a atrair insectos, ratos, sapos, rãs e até peixes e outros seres aquáticos, com estratégias incríveis. Tento aqui mostrar como ter estas plantas em casa, sem perigo de vida!!! Agradeço à Jardiland ter cedido as plantas para esta rubrica.
Ao longo de vários anos de caminhadas e no meio de inúmeras expedições botânicas, várias vezes me cruzei no nosso país com as espécies que por cá existem, quase todas elas em risco de extinção, sobretudo pela especificidade do habitat em que vivem. Ficam algumas memórias de uma saída de campo em Julho de 2003, algures no Gerês (não imaginam o prazer que me dá revolver o baú de fotografias e encontrar estas preciosidades que me recordam tantos e tão bons momentos).
Habitat de plantas carnívoras, no Gerês
Drosera rotundifolia(pequena planta com carnivorismo semi-activo. Os insectos são atraídos, ficando presos nos pêlos que possuem umas gotículas viscosas. à medida que o insecto se vai debatendo, as folhas movem-se, muito devagar, numa espécie de abraço mortal).
Pormenor de folha de Drosera rotundifolia
Pinguicula lusitanica (pequena planta com carnivorismo passivo. Os insectos são atraídos, pelo cheiro que as folhas viscosas libertam, ficando presos nas mesmas, acabando o insecto por ser lentamente digerido. Não possuem movimento).
Das centenas de espécies de plantas carnívoras existentes no mundo inteiro, o Drosophyllum lusitanicum é a única que se desenvolve em locais secos e arenosos, muitas vezes no meio de pinhais ou matorrais. É conhecido localmente por pinheiro baboso ou orvalho do sol. Encontrei cerca de uma dezena de exemplares há vários anos atrás na Serra de Valongo, rodeados de entulho despejado e até lixo hospitalar. Acho que com a tristeza, nunca mais voltei aquele local, só de imaginar que, se fosse bem gerido, seria um impressionante parque botânico, com espécies únicas e à porta de uma grande cidade, como o Porto... Esta será talvez uma das plantas carnívoras mais raras do mundo!!! E é um endemismo ibérico!!!
Drosophyllum lusitanicum(foto extraída da web)
Tive também uma pequena colecção particular, da qual ainda guardo fotos das seguintes plantas:
Drosera capensis
Drosera binata
Nepenthes sp.
Visitei alguns festivais internacionais de jardinagem, onde estas plantas ocupam sempre um lugar de destaque, até pela enorme curiosodade que suscitam.
Sarracenia sp. no Chelsea Flower Show, Inglaterra
Flor de Sarracenia sp.
De todas as plantas carnívoras, talvez a mais espectacular e por isso, mais conhecida, seja a Dionaea muscipula (Venus flytrap, não tem tradução em português), que Darwin classificou como uma das plantas mais maravilhosas do planeta!!! De facto é uma das poucas espécies que possui carnivorismo activo, ou seja, o movimento das suas armadilhas é perceptível a olho nú, de uma forma impressionante!!! Deixo aqui alguns vídeos fascinantes, a não perder.
Já não sentia nervoso miudinho há muito tempo na Praça, antes de entrar ao vivo. Mas desta vez, confesso que voltei a sentir aquele arrepio na espinha dos primeiros tempos... E tudo isto por causa deste personagem delicioso que é Maria José Valle. A convidada veio para falar de uma planta muito especial, que vegeta na sua região, e eu, somando as minhas proezas botânicas pelo meio. Ainda antes de entrar pude sentir toda a energia de Maria José e confesso que temi o pior. Mas afinal a rubrica acabou deliciosa, recheada de pequenas pérolas que só uma força da natureza pode acrescentar.
A planta em questão é o Rhododendron ponticum subsp. baeticum, vulgar rododendro, loendro, adelfeira, redondouro. É uma das plantas mais raras do país e existe muito concentrada, sobretudo na vertente norte da Serra do Caramulo, naquela que é conhecida por Reserva Botânica de Cambarinho, representando a maior mancha desta planta em território nacional, numa área de cerca de 24 hectares. Mas não é a única, como aliás pude comprovar em 2003, quando realizei uma expedição botânica em busca desta espécie, por terras algarvias. De facto também existe na Serra de Monchique, e até nos arredores de Odeceixe, embora extremamente rara, pude observá-la, sempre junto a linhas de água e em muitos casos, já dominada por outro tipo de vegetação, invasivo. Um facto que nos deveria envergonhar a todos a forma como tratámos o nosso património vegetal, com desprezo, falta de cultura, de investimento, de vontade, enfim... Algumas das fotos tiradas nesse maravilhoso Verão de 2003, onde com a ajuda do Sr. Jonas de Maria Vinagre, encontrámos as magníficas adelfeiras (nome por que são conhecidas estas plantas na região).
Convém aqui referir que o nome vulgar Loendro é atribuído a esta planta, sobretudo na região da Serra do Caramulo, mas existe uma outra planta também assim designada, muito comum no nosso país, em jardins e espaços públicos, até nas divisórias das auto-estradas, que é o Nerium oleander, também conhecido por cevadilha. Convém não confundir pois são absolutamente distintas, a começar pela sua frequência e distribuição em território nacional.
Fica o vídeo com mais detalhes. Atentem no momento em que se estabelece uma relação entre a origem celestial da planta e a nossa própria origem, de grande originalidade por parte de Maria José. Por ter floração num período muito curto (Maio-Junho), convém visitar a Reserva Botânica de Cambarinho em breve, esse maravilhoso monumento natural, legado de todos nós.
Desta vez o tema são os relvados. Um relvado bem tratado constitui um aspecto valioso no jardim e, por isso, não só assume importância a sua instalação como também a sua manutenção em boas condições.
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Independentemente do seu tamanho ou tipo, raro será o jardim que não tem um relvado. Este, desde que seja bem planeado e mantido, realça em grande escala a beleza de um local e, além disso, constitui uma parte atractiva que proporciona prazer a quem o utiliza. .
O relvado ideal será tanto um ornamento como um elemento prático. Deverá estar bem cortado e ter textura e coloração uniformes, sem revelar a presença de plantas invasoras, de manchas irregulares de relva mais grosseira ou de áreas descoradas nos locais onde os tufos se apresentem com insuficientes condições sanitárias. Deve poder suportar uma grande acção de desgaste e evidenciar resistência à secura e ao encharcamento, de modo a manter-se com aspecto atraente e saudável ao longo de todo o ano.
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Infelizmente, são numerosos os jardineiros amadores e até alguns profissionais que devotam insuficiente atenção ao planeamento, preparação e manutenção do relvado. Nos que foram implantados nos últimos anos, os principais defeitos são provocados pelas inadequadas escolhas do local e preparação do solo, pela irregular distribuição da semente, tantas vezes de má qualidade, ou pela implantação incorrecta dos tapetes de relva. Tudo isto resulta num crescimento fraco e disperso que cria ambientes favoráveis à proliferação de pragas e doenças, facilitando a invasão por musgos e outros agentes. .
Preciosa a colaboração da Santos & Santos, que cedeu os materiais utilizados nesta rubrica, a quem desde já agradeço.
Finalmente saiu o novo guia de factores de produção para a Agricultura Biológica 2009/2010, ferramenta indispensável para todos os técnicos e agricultores que se dedicam a esta forma de vida. Disponível aqui:
No próximo dia 9 de Maio, realizar-se-á na Escola Profissional Agrícola Conde S. Bento, em Santo Tirso, a iniciativa “Ousadias Agrícolas”. Sendo esta uma Dia Aberto à Comunidade Educativa, tem como principal objectivo desafiar os visitantes a participarem em workshops e demonstrações nos laboratórios e amplos espaços verdes, assim como conhecerem melhor a escola, os seus cursos e os seus produtos. As portas abrirão às 10:00 e estarão abertas até às 20:00. Assim sendo, estão previstos para esse dia:
Workshops temáticos desenvolvidos pelos professores para o público, com a duração aproximada de uma hora e com vários horários (entre as 10:30 e 12:30 e entre as 14:30 e 17:30);
Feira dos produtos agrícolas da Escola;
Mostra dos produtos transformados da escola (vinhos, compotas, licores);
Dia da Mecanização, com demonstração – da parte da manhã – dos conhecimentos adquiridos pelos alunos.
Os participantes que desejem almoçar nas instalações devem reservar o seu almoço aquando da inscrição, sendo que este custará €4 (vinho e outras bebidas não incluídas) por pessoa. O serviço será efectuado pelos alunos do curso de Serviço de Mesa, e a cantina estará aberta das 12:30 às 14:30.
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Para mais informações:
Escola Profissional Agrícola Conde S. Bento
Largo Abade Pedrosa, nº1 (ao lado da Igreja Matriz)
Finalmente saiu o novo manual 'As Bases da Agricultura Biológica - Tomo I - Produção vegetal' 11 anos após o primeiro trabalho do género em Portugal. Com cerca de 540 páginas, fala dos princípios básicos e fundamentais da Agricultura Biológica, tendo contado com a colaboração de 15 autores de referência nesta área. Uma obra de leitura e consulta obrigatória para todos os intervenientes no sector, professores, agricultores, técnicos, ambientalistas, que se dediquem ou interessem por uma agricultura sustentável que respeite o homem e o ambiente. Disponível aqui:
Com o objectivo de criar um logótipo Europeu para produtos biológicos, inteligente e criativo, a UE proporciona aos jovens talentos europeus a oportunidade de conceberem o design do logótipo, que será exibido em milhões de embalagens de produtos. O novo logótipo da UE para produtos biológicos será obrigatório para todos os produtos biológicos pré-embalados originários dos 27 Estados-Membros que cumpram as normas de rotulagem. Além disso, todos os produtos biológicos que não sejam previamente embalados e que sejam originários da UE, ou importados de países terceiros, podem usar o logótipo da UE voluntariamente.
Todos os cidadãos da UE inscritos numa instituição de ensino superior de arte ou design, sedeada na EU, são convidados a participar neste concurso internacional único de design. Serão seleccionados três vencedores. O vencedor do primeiro prémio receberá um prémio monetário no valor de 6000 Euros, enquanto o segundo e o terceiro classificados receberão 3500 e 2500 Euros, respectivamente. As candidaturas podem ser submetidas no website www.ec.europa.eu/organic-logo, criado especialmente para este concurso, até 25 de Junho de 2009.
A LIPOR está a promover este interessante concurso que visa promover edifícios mais verdes e coloridos com as bonitas cores das plantas nesta estação. Concurso disponível apenas para os residentes nos municípios associados da LIPOR. Para aceder ao regulamento, clicar na imagem.
Inscrições para:
Cristina Ferreira Departamento de Valorização Orgânica LIPOR Apartado 1510 4435-996 Baguim do Monte Tel.: +351 229 770 100 Fax: +351 229 770 145 E-mail: cristina.ferreira@lipor.pt Web: www.lipor.pt
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Já ajudei vários animais a chegar ao mundo, tais como cabras, ovelhas, porcos, vacas e até patos, galinhas, faisões, perdizes, a maior parte na altura em que fui encarregado geral do Parque de Serralves, entre 1997 e 2003. Mas sempre que surge oportunidade para ajudar nestes momentos, faço-o com enorme prazer, e muitos destes episódios, marcam-nos para sempre..JPG)
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E já agora, o resto da família:.JPG)
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